“O Temerário lutador foi arrastado para sua últimao vaga para ser desmembrado” foi pintado por William Turner na data de 1839 no estilo romantismo, sobre o gênero de  arte marinha, em óleo sobre canvas e encontra-se na National Gallery, Londres.
Dimensões: 91 x 122 cm.

Estilo Romântico

O estilo Romântico foi um movimento artístico, cultural e filosófico que nasceu na Europa do sec. XVIII em contraposição as teorias do classicismo e a estética do neoclássico, tendo como características a valorização dos sentimentos e das emoções, a subjetividade, o individualismo e como modelo o período Medieval.
Seus fundamentos conceituais tiveram início na literatura e na filosofia e se difundiram para todas as artes como pintura, escultura, arquitetura e música além de campos como ciências sociais e naturais e na historiografia.
O estilo Romântico foi uma reação a Revolução Industrial e ao Iluminismo. Enquanto o classicismo se submetia a ordem, o romantismo se destacava pela espontaneidade, pelas manifestações individuais de sentimentos e opiniões, pela idealização exagerada, gosto pelo grotesco e pelo sofrimento, pela sublimação exagerada das situações e das pessoas criando sempre um herói, um cavaleiro, um homem perfeito ou uma mulher idealizada.
A natureza passa ser vista como vital, transcendental, personificação de sentimentos e não só como uma paisagem. O sentimento de escapismo da realidade remetia a Idade Média e a lugares exóticos, no Oriente e Américas.
A conceitualização do neoclassicismo e do romantismo se desenvolveram praticamente no mesmo período tendo as repercuções da Revoluções Francesa e Industrial como base de seus pensamentos. O Romantismo além de um movimento artístico foi uma reação a um estilo de vida. A ascensão de uma classe burguesa, o nascimento de uma nova classe de operários, a urbanização vinda da Revolução Industrial e a vida pastoril criavam situações, opiniões e emoções contraditórias.
A nobreza sentia saudades do antigo regime da qual foi afastada pelas revoluções enquanto os pequenos burgueses sentiam que sua tão sonhada ascensão social estava sendo barrada pelos capitalistas, os grandes burgueses.

O nacionalismo também era um sentimento muito forte, de reação ao despotismo fosse ele dinástico ou imperial e promovia o surgimento do liberalismo político, onde os princípios de liberdade e igualdade regidos por leis criaria países com governos mais justos.
Esse sentimento nacionalista ajudava a criar o mito dos heróis idealizados e da nação que surgiria com base na religiosidade local e na idolatria ao folclore.
O inconformismo e a insatisfação com a realidade que as classes sociais tinham em comum deram origem ao escapismo que remetia a um mundo perfeito no passado.
O novo estilo literário que tanto na poesia como na prosa adquire uma forma mais livre, começa a ganhar mais leitores se tornando uma grande forma de entretenimento, principalmente a partir do sec. XIX com a criação dos folhetins, capítulos que eram publicados nos jornais.

Romantismo na Pintura

O estilo Romântico na pintura trabalha com o imaginário e não com o mundo real. Usam o subjetivismo, a intuição, a dramaticidade para criar uma arte meditativa, mesmo que cada artista tenha temas e formas de diferentes de abordar as questões conceituais do romantismo.
Em alguns momentos o classicismo e o romantismo ainda se misturam em algumas obras que mantém o equilíbrio do classicismo mas a dramaticidade e a temática do romantismo.

Artistas do Estilo Romântico

Francisco de Goya(1746-1828) Pintor espanhol, desenhista e gravador que refletiu o movimento artístico do Romantismo tanto nos temas históricos, transmitindo emoções como angustia e insegurança, como nas alegorias e caricaturas, que de forma morbida ou satírica faziam uma crítica social.

William Turner (1775 – 1851) Pintor inglês que se notorizou pelas paisagens marítimas em tom dramático, com forte luminosidade e movimento, transmitindo sensações fortes através da natureza bruta, selvagem, inóspita tipificas do romantismo.

John Constable (1776 – 1837) Pintor inglês cuja pintura serena e tranquila quase poética mostrava um paisagismo naturalista de lugares acolhedores ligados a sua infância.

Théodore Géricault (1791 – 1824) Pintor frances, admirador do barroco e de Michelangelo Buonarroti (1475 – 1564) que busca mostrar o drama pessoal das situações históricas.

Eugène Delacroix (1798 – 1863) Considerado o maior pintor do romantismo francês por procurar mostrar com as características alegóricas do Romantismo, a história política do seu tempo.

Três de Maio de 1808 em Madri

Três de Maio de 1808 em Madrid foi pintado por
Francisco de Goya, na data de 1814, com título original execução dos  Defensores de Madri, 03 de maio 1808, no estilo Romantismo, sob o gênero de pintura histórica, em óleo sobre canvas e encontra-se no Museu do Prado.
Dimensões: 266 x 345 cm.

A Balsa da Medusa

A Balsa da Medusa foi pintado por Théodore Géricault 1818 – 1819 França em estilo romantismo, sobre o gênero de pintura histórica, em óleo sobre canvas e encontra-se no Museu do Louvre.
Dimensões: 491 x 716 cm.

Romantismo na literatura

O Romantismo na literatura foi o movimento que conseguiu finalmente romper com os valores literários clássicos ligados aos séc. 15 e 16. A poesia épica dá lugar aos romances, tendo o livro Os sofrimentos do jovem Werther, do alemão Johann Wolfgang von Goethe, de 1774, como o inicio dessa nova escola literária.
Na literatura o estilo Romântico valoriza a liberdade, o sentimentalismo, a subjetividade e o nacionalismo, tanto na poesia como na prosa. O sentimento de idealização e do sofrimento do amor também estão presentes como características do estilo Romântico.

Principais autores da literatura Romântica

Goethe (1749-1749 ) Escritor alemão considerado um dos precursores e principais autores de romances e peças teatrais. Fez parte movimento alemão Tempestade e Ímpeto que defendia o retorno do ser humano à natureza, tendo como algumas de suas obras o romance Os sofrimentos do jovem Werther (1774) as peças teatrais Capricho da amante (1768), Os cúmplices (1769), Götz von Berlichingen da mão de ferro (1771), Clavigo (1774), Fausto Zero (1775), Stella (1775), Fausto I (1806), Fausto II (1832) entre outras.

Almeida Garrett (1799-1854) Autor Português que teve como algumas de suas obras as poesias Camões (1825) e “D. Branca (1826).

Henry Fielding (1707 – 1754) Autor inglês conhecido por ter um humor vulgar e satírico que teve como obra mais conhecida Tom Jones de 1749, novela burlesca e intrincada de uma criança abandonada que chegou à fortuna.
Em 1726 encena sua primeira comédia, “O Amor sob Diversas Máscaras”, em 1930 apresenta as comédias “The Temple Beau”, “A Farsa do Autor” e “TomThumb”. Em 1936 retorna a Londres e estreia com a peça burlesca “Pasquim”. Em 1737 a liberdade dos autores teatrais é restringida através de um decreto do ministro inglês. Em 1742 publica os romances “Joseph Andrews” e “Miscelâneas” (1743). E retoma a carreira teatral com “O Dia do Casamento”.

Lord Byron (1788-1824) Poeta Inglês de grande importância para o Romantismo, tendo como principais trabalhos os poemas narrativos Don Juan, A Peregrinação de Childe Harold e o curto poema lírico She Walks in Beauty.

Alexandre Herculano (1810-1877) Autor Português que de forma rigorosa se dedicou a estudar a historia da origem de Portugal olhando de forma crítica para os problemas sociais e políticos da idade média. Autor de poesias como A Harpa do Crente(1838), Poesias(1850), além de peças teatrais como  “A crente na liberdade (1838) e inúmeros romances históricos. Teve como principal obra o romance histórico Eurico o Presbítero.

Outros autores do romantismo em Portugal e alguns de seus trabalhos.

António Feliciano de Castilho (1800-1875) com as poesias “A noite do castelo e Os ciúmes do bardo (1836)

Camilo Castelo Branco (1825-1890) a peça teatral “O morgado de Fafe em Lisboa” (1861) e com os romances ” Amor de perdição” e “Coração, cabeça e estômago” (ambos de 1862).

Soares de Passos (1826-1860) com “Poesias” (1856).

João de Deus (1830-1896) com a poesia “Flores do campo” (1868).

Júlio Dinis (1839-1871) com as peças teatrais “Um rei popular “(1858) e “Um segredo de família” (1860).

Antero de Quental (1842-1891) com “Odes modernas” (1865).

A Liberdade Guiando o Povo

A Liberdade Guiando o Povo foi pintada por Eugène Delacroix, na data de 1830 no estilo Romantismo sobre o gênero da pintura histórica, na técnica de óleo sobre canvas e encontra-se no Museu do Louvre, Palácio Grão-ducal.
Dimensões: 260 x 325 cm.

Tempestade de neve - Barco a vapor na boca de um porto

Tempestade de neve – Barco a vapor na boca de um porto foi pintado por William Turner na data de 1842 no estilo romantismo, sob o gênero de  arte marinha, em óleo sobre canvas e encontra-se no Tate Britain, London,  Reino Unido.
Dimensões: 122 x 91 cm.

Romantismo no Brasil

O Romantismo no Brasil se inicia com o movimento literário a partir da publicação da obra Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, em 1836.
Com a independência do Brasil em 1822 surge a necessidade de entender e delinear a verdadeira identidade do país e criar nossos símbolos nacionais. Desde então, o sentimento de nacionalismo, característica do Romantismo, desenvolve grande pesquisa sobre o folclore e a cultura popular existente em várias regiões do país.
O regionalismo, a valorização da natureza, do índio e do indivíduo em sua realidade social, além do patriotismo, Deus e espiritualidade também fizeram parte das características do estilo Romântico no Brasil.
Esse movimento durou até 1881, quando começa o realismo que teve “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, como obra inicial.

As três gerações da poesia no estilo Romântico

A primeira geração chamada indianista ou nacionalista representou a criação do conceito da literatura nacional, da identidade do país e tinha como tema a exaltação do herói indígena e da natureza exuberante como símbolo nacional.

A segunda geração chamada de ultrarromântica ou geração do mal-do-século tinha como temas românticos o amor idealizado e a morte da pessoa amada, a mulher idealizada, o exagero sentimental, o escapismo e o saudosismo, a melancolia, o poeta como incompreendido. Essa segunda geração já trabalhava com maior liberdade formal.

A terceira geração chamada de condoreira tratava de temas sociais como a causa abolicionista e republicana. Usavam imagens exageradas e hipérboles.

Principais autores da poesia romântica

Gonçalves de Magalhães, tendo como uma das principais obras Suspiros poéticos e saudades (1836), de

Gonçalves Dias, tendo como importantes obras Últimos cantos (1851) e Os timbiras (1857), de

Álvares de Azevedo (1831-1852), tendo como uma das principais obras Lira dos vinte anos (1853).

Casimiro de Abreu (1839-1860), tendo como uma das principais obras As primaveras (1859).

Fagundes Varela (1841-1875), tendo como uma das principais obra Vozes da América (1864) e Cantos e fantasias (1865).

Castro Alves (1847-1871), tendo como importantes obras Espumas flutuantes (1870), Gonzaga ou A revolução de Minas (1867) e Os escravos (1883),.

Sousândrade (1832-1902), tendo como uma das principais obras O guesa errante (1884).

Os 4 tipos da prosa no estilo Romântico

A urbana, cujo enredo se passa no Rio de Janeiro e retrata os valores morais e costumes da burguesia, a mulher idealizada enfrenta obstáculos pelo seu amor e pela felicidade.

A regionalista, que se passa no interior do país e mostra uma sociedade rural e patriarcal, sempre com uma mulher e o amor idealizados, agora usa termos regionais e o herói é o homem do campo.

A histórica em que ficção e fatos históricos convivem e são fundamentais para o desenrolar do romance que se passa sempre no passado, mantendo sempre a mulher e o amor idealizados.

A indianista tendo o índio como herói nacional e a miscigenação retratada como símbolo de harmonia entre colonizado e colonizador, submissão amorosa entre indígena (vassalo) e senhor ou senhora.

Principais autores da prosa romântica

Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), tendo como obras importantes A moreninha (1844) e A luneta mágica (1869).

José de Alencar (1829-1877), tendo como obras importantes O gaúcho (1870), O tronco do ipê (1871), Til (1871) e O sertanejo (1875), As minas de prata (1866), A guerra dos mascates (1873), O guarani (1857), Iracema (1865), Ubirajara (1874), Lucíola (1862) e Senhora (1875).

Manuel Antônio de Almeida (1830-1861) tendo como uma das principais obras Memórias de um sargento de milícias (1854).

Joaquim Manuel de Macedo, tendo como obras importantes A moreninha (1844) e A luneta mágica (1869).

Visconde de Taunay (1843-1899), tendo como importante obra Inocência (1872).

Franklin Távora (1842-1888), tendo como importante obra O Cabeleira (1876).

Bernardo Guimarães (1825-1884), tendo como obras importantes A escrava Isaura (1875).

Maria Firmina dos Reis (1822-1917), tendo como obras importantes Úrsula (1859).