Escola de Atenas é um a fresco que foi pintada por Rafael (Raffaello Sanzio da Urbino) na data de 1510 – 1511, na fase da Alta Renascença, sobre o gênero de pintura histórica e localiza-se nos Museus Vaticanos.
Dimensões: 500 x 770 cm.
O termo Renascimento foi cunhado pelo historiador por Giorgio Vasari no século XVI. Denomina-se Arte Renascentista a arte produzida na Europa principalmente entre meados do século XIV e o fim do século XVI.
O Renascentismo ou Renascença foi um movimento cultural, artístico, social, econômico, político, filosófico e religioso que começou na Itália e teve seu auge no século XV . Esse movimento marcou o fim do feudalismo e o inicio do capitalismo dando início a Idade Moderna, em que o teocentrismo anterior dava lugar a uma filosofia humanista, onde o homem passava a ser o centro do universo.
A valorização da Antiguidade Clássica como referência e do latim como língua viva, que na Itália sempre estiveram presentes, juntamente com a valorização da ciência e da natureza pelos novos pensadores, gramáticos, comentaristas, médicos e estudiosos, foram fatores fundamentais para a diminuição do dogmatismo religioso e do misticismo em detrimento de um pensamento mais racional.
Outro contraponto a filosofia teocentrista é que o humanismo foi um movimento que se baseava no aprendizado e nas experiências individuais, nos estudos e na retórica, ou seja era um movimento empírico, enquanto que o teocentrismo era escolástico, baseando-se somente em estudos bíblicos ou dos Pais da Igreja.
David de Donatello
O Massacre dos Inocentes é um afresco pintado por Giotto di Bondone na data de C.1311 – c.1320 em estilo Proto-Renassencentista, sob o gênero pintura religiosa.
Localização: Basílica de São Francisco de Assis
David de Donatello
David é uma das principais esculturas de Donatello, datada de 1430-1440. Com altura de 158 cm. Encontra-se no Museo Nacional de Bargello.
Batalha de São Romano
A Batalha de São Romano, parte das guerras entre Siena e Florença. Pintura de Paolo Uccello, 1438, Galeria Nacional de Londres.
Durante o Renascimento, foram muitos os escritores que se debruçaram sobre os textos gregos, latinos, árabes, judeus e bizantinos de escolas de pensamentos diversos como o neoplatonismo, epicurismo, hermetismo, individualismo, hedonismo, otimismo, ceticismo, estoicismo, racionalismo, cabalismo, gnosticismo, antropocentrismo, produzindo novas interpretações que modificaram e evoluíram o pensamento dos campos da teologia, da ética, da jurisprudência, da lógica, das artes e humanidades, da filosofia, da retórica e da poética, entre outros.
A Renascença também foi um período de grande evolução em várias áreas como a engenharia, a física, a matemática, medicina, a filosofia, a astronomia, gerando um momento de grandes invenções e descobertas, propiciando inclusive o avanço das grandes navegações abrindo possibilidades para novas rotas comerciais e a avanço para terras do que os europeus chamaram de “Novo Mundo”.
A Primavera
A Primavera foi pintado por Sandro Botticelli na data de 1478 – 1482 em Florença, Itália, em estilo renascentista no início do renascimento.
Tem como assunto: Vênus, Clóris, Zéfiro, Graças, Flora, Cupido, Mercúrio
Género: pintura alegórica, utilizando a técnica de tempera sobre painel e encontra-se na Galleria degli Uffizi.
Dimensões: 314 x 203 cm.
O Renascimento divide-se nas fases, Trecento XIV, Quattrocento XV e Cinquecento XVI ou Alta Renascença.
Trecento século XIV – Período da arte pré-renascentista ou proto-renascentista.
Na região da Toscana começa o afastamento do pensamento gótico e inicia-se a humanização do pensamento. Também na Toscana através das guildas que reunia diversos ofícios para a produção de diversos materiais, fez surgir uma classe média de trabalhadores. Seguido também pelas regiões de Pisa, Siena, Pádua, Veneza, Verona e Milão.
Já em Florença, uma vanguarda intelectual lidera a transformação do modelo medieval para o moderno, criando uma classe da Artes Maiores, como juízes, médicos, importadores e produtores de lãs, sedas, casas de câmbio e outros que faziam os preços do trabalho das artes menores como ferreiros, sapateiros, armeiros, pescadores e muitos outros.
Essa estrutura propiciou um forte dinamismo econômico, cultural, arquitetônico e artístico, que junto ao início de uma mecanização, surgia uma nova divisão de trabalho.
Essa divisão gerava muita riqueza para as classe das Artes Maiores, que diante do racionalismo, especulação financeira e do utilitarismo passaram a consumir mais, dando início a um novo mercado de arte e cultura e com isso as artes e a arquitetura ganham um novo estímulo.
Nesse novo sistema surge também uma burguesia dominante, banqueiros e comerciantes que se aliavam a nobreza ou mesmo se tornavam nobres, governavam estados, indicavam papas e se aliavam ao estado para financiar guerras.
Devido a grandes lutas de classes internas e a falência das famílias Bardi e Peruzzi em torno de 1328-38 dá-se o inicio a uma fase de crise financeiras, que juntamente com duas grandes epidemias de peste bubônica motivam o surgimento de revoltas populares. Mas ao invés de modificar o formato político e social, aprofundam ainda mais a permanência dos burgueses no governo.
Mesmo entendendo que o capitalismo era baseado na livre concorrência e no consumo e não tendo nenhum preconceito com a riqueza, para aplacar possíveis conflitos religiosos nos florentinos, visto que a avareza, a usura, o orgulho e a cobiça eram pecados, a igreja introduz uma nova forma de perdão através de serviços públicos e amparo aos pobres, através da assistência e construção de hospitais, asilos, escolas, embelezamento das cidades, além do financiamento de necessidades administrativas, inclusive guerras, criando assim um interesse dos Estados no funcionamento desse sistema.
No final do Trecento, Florença desgastada por guerras e conflitos internos retorna a um sistema senhorial com uma república oligarca e inicia uma forte oposição a família Medici que começava a ascender no contexto político.
Na pintura Renascentista do Trecento a Escola Sienesa, liderada por Duccio de Buoninsegna (1255-1318),era conservadora baseando-se na arte bizantina, produzia o que foi denominado como gótico internacional (c.1375-1425).
Já a Escola Florentina Proto-Renascentista coordenada por Giotto de Bondone (1267-1337) foi capaz de trazer mais detalhamento e naturalismo, iniciando além de um novo estilo, novos questionamentos na pintura. Giotto foi descoberto por Cimabue, o último grande pintor italiano a seguir a tradição bizantina. A esquematização da pintura através do desenho oferece um novo ritmo as cenas.
Na literatura Renascentista do Trecento, além de Petrarca, considerado o “pai do humanismo e da literatura italiana”, Dante Alighieri e Giovanni Bocaccio foram grandes representantes do Trecento.
Quattrocento século XV – Enfrentando muitos conflitos internos, no início do quattrocento, Florença quase sucumbiu ao Ducato de Milão, que só não teve êxito porque o seu general foi morto pela peste. Com isso surge um espírito de resistência que junto com a filosofia independente do humanismo e do antropocentrismo faz com que a vanguarda política, intelectual e artística do Renascimento Italiano continue se expandindo em Florença.
O governo dos Medici que se dizia republicano era de fato aristocrático e senhorial e fortaleceu a evolução do mecenato ligado ao classicismo grego e romano.
A oligarquia burguesa florentina, banqueiros que dominavam o cenário financeiro europeu, lotavam seus palácios e capelas de obras clássicas. A classe média descontente com tanta ostentação se volta ao idealismo místico do estilo gótico. E essas duas tendências voltam a conviver durante a primeira metade do quattrocento no Renascimento.
Enquanto isso o humanismo se difundia pela Europa e muitos filósofos e estudiosos de história continuavam redescobrindo e lendo textos clássicos de Aristóteles, Euclides, Ptolomeu e Plotino, preservados em traduções árabes e obras muçulmanas de Avicena, Geber e Averróis, além de “De architectura”, de Vitrúvio, discursos de Cícero e muito mais.
Com o aperfeiçoamento da imprensa por Johannes Gutenberg e a restauração do latim aumenta a propagação de todo tipo de literatura difundindo ainda mais o estudos pelos textos clássicos.
O colecionismo da arte antiga, hábito que se tornou comum nas elites, também ajudou a desenvolver a arqueologia que influenciava cada vez mais a arte renascentista, além de Florença ter tido por quase trinta anos, um governante considerado um dos maiores mecenas do século, Lourenço de Médici falecido em 1492.
No final do sec XIV até meados do XV com a reentrodução da lingua grega e com o final do Império Bizantino, o qual havia preservado muitos textos originais, a filosofia de “Aristóteles” perde a predominância intelectual para “Platão e Plotino” e a estrutura da antiga Paideia, formação ética da Grécia Antiga que incluía Ginástica, Gramática, Retórica, Música, Matemática, Geografia, História Natural e Filosofia, visando formar um cidadão ideal, volta a ser cultivada. E isso faz surgir em toda a Itália novos princípios sociais, éticos, culturais e pedagógicos.
A ideia de que Florença, longe de ser a única cidade onde o humanismo e o classicismo do renascimento floresceu, tenha sido considerada a cidade italiana que mais fomentava e impulsionava a arte renascentista, se fortaleceu depois de Vasari lançar no século XVI A Vidas dos Artistas.
A pintura Renascentista do Quattrocento se caracteriza pela forte referência do classicismo grego e romano, que buscava o embate entre os derradeiros ecos do gótico espiritual e abstrato, exemplificado por Fra Angelico, Paolo Uccello, Benozzo Gozzoli e Lorenzo Monaco, e as novas forças organizadoras, naturalistas e racionais do classicismo, representadas por Botticelli, Piero della Francesca e muitos outros.
Citando alguns artistas mais conhecidos temos:
Fra Angélico 1395-1455 e Paolo Uccello 1397 – 1475, que ainda usavam uma esquematização própria do gótico.
Já Masaccio 1401 -1428, que foi o primeiro a usar a perspectiva arquitetônica além de inovar no naturalismo da representação das figuras sacras como Jesus, Maria e outros, colocando-os em mesma condição de igualdade com as pessoas comuns.
Andrea Mantegna 1431 -1506 também foi um grande nome por fazer uma prespectiva arrojada principalmente na obra A Lamentação do Cristo Morto, sendo o primeiro a representar o Cristo deitado.
Sandro Botticelli 1445 – 1510 fortaleceu o classicismo sendo um grande representante da mitologia grega, ainda que também pintasse obras religiosas.
Leonardo da Vinci 1452 – 1519 Grande nome do Renascimento que entre ouros avanços aperfeiçoou técnicas da pintura a óleo como o esfumato e o claro-escuro.
Rafael Sanzio 1483-1520, cria arquiteturas e cenários maravilhosos amplamente reconhecido pelo equilíbrio nas cores e no sistema classicista de representação.
Ticiano 1473/1490-1576, com uma pintura mais livre e gestual revela novas relações cromáticas.
Michelangelo 1475-1564, que dentre muitas outras obras, na Capela Sistina representou de forma bastante exuberante a expressão do divino, mítico, do sublime e do heroico.
Mas houveram muitos outros artistas renascentistas muito importantes em sua época e estudados até hoje.
Na escultura Renascentista do Quattrocento, Donatello 1386 – 1466, foi o grande artista do renascimento do quattrocento , tendo como seu trabalho mais conhecido a estátua de Davi, em mármore. Com traços alongados e delicados essa obra inspirou muitos outros artistas que se seguiram, tanto na pintura como na escultura,
Na arquitetura Renascentista do Quattrocento, Filippo Brunelleschi 1377 – 1446, tendo a cúpula da catedral Santa Maria del Fiore, em Florença, construída em 1434, sua obra mais conhecida.
Bramante 1444 – 1514, que fez o projeto inicial da Basílica de S. Pedro, no Vaticano, que foi finalizada com algumas modificações por Michelangelo.
O Homem Vitruviano
O homem vitruviano de Leonardo da Vinci sintetiza o ideário renascentista humanista e clássico. Data de 1490.
O Tempietto de Bramante
O Tempietto de Bramante na igreja de San Pietro in Montorio em Roma, 1502, um dos edifícios mais influentes do período.
A Alta Renascença (1450 e 1527) foi marcada pela ascensão intelectual e artística de Roma em detrimento de Florença. Esse período vai das ultimas décadas do sec XV até as primeiras décadas do sec XVI, mais precisamente com o Saque de Roma, resultado de uma rebelião das tropas imperiais após o conflito entre o reino da França com o Sacro Império Romano-Germânico que era em sua maioria protestante. Esse período tem como grandes expoentes da arte Leonardo da Vinci, Rafael e Michelangelo, além de Bramante.
A maturidade da pintura de Leonardo da Vinci em A Última Ceia, pintada entre os anos de 1494 e 1498 encomendado pelo duque de Milão, Ludovico Sforza, marca o início da Alta Renascença. Na mesma época, Michelangelo se destaca pela dramaticidade das suas esculturas em mármore, Rafael na pintura e Bramante na arquitetura, a serviço de papas, se esmeram em exaltar os princípios classicista de beleza e equilíbrio, sem perder os ideais cristãos.
Conforme historiadores, o que marcou essa fase foi um classicismo muito idealizado e exuberante depreciando o realismo praticado no Quattrocento. Ao contrário da arte do Quattrocento que se referenciava na realidade existente, na Alta Renascença ela se afastava da vida cotidiana. No afresco A Escola de Atenas, Rafael cria um inexistente diálogo entre os filósofos Platão e Aristóteles, que representa o embate entre o idealismo e o empirismo.
Nem todos os historiadores consideram que o programa de embelezamento de Roma, que aconteceu nesse período, tenha sido um momento progressista, visto que a sociedade era muito desigual e a elite autoritária e corrompida. Tanto que O Príncipe, de Maquiavel, é uma obra escrita em 1513 e publicada postumamente em 1532, que até hoje pode ser considerada um manual inescrupuloso de ascensão e permanência no poder.
Cinquecento século XVI – Apesar de ser o período em que o classicismo se expande pela Europa, o pessimismo e a insegurança após o saque de Roma de 1527 e a oposição dos Protestantes ao poder papal, começam a modificar a estrutura sociocultural da Itália.
Na arte esses sentimentos se fazem sentir através de uma modificação na maneira de produzir, que ao invés de buscar o equilíbrio e o belo, passa a representar de forma mais passional, distorcida, perturbadora e dramática.
Esse estilo que com o tempo passa se chamar Maneirismo, tem inspiração em obras do período Helenístico, como o Grupo de Leocconte ou o Torso Belvedere.
Durante o período da Reforma Protestante houve uma revolta iconoclasta que destruiu muitas obras e imagens sacras, mas durante a Contrareforma novas encomendas para evangelizar o povo foram feitas pela igreja, agora sem tanta liberdade como antes, no auge do classicismo.
Surge no cinquecento as Academias de Desenho onde o debate teórico sobre arte também se desenvolvia e busca formas de reafirmar que a arte deveria seguir os valores de Beleza, da Verdade e do Bem.
A pintura no cinquecento teve nomes como Rafael Sanzio e Michelangelo.
Na literatura Erasmo Roterdã e Nicolau Maquiavel e na ciência Galileo Galilei (1564 – 1642) “Pai da Astronomia Observacional” e “Pai da Ciência Moderna”.
David de Michelangelo
David escultura de Michelangelo criada em 1504. Galleria dell’Accademia
A pintura Renascentista a partir de 1520, período ainda da Alta Renascença, começa a se transformar e os artistas buscam representar emoções mais fortes em espaços incoerentes, com formas mais alongadas e a isso se denominou maneirismo.
Os maneiristas passaram a produzir uma arte livre do controle da Igrejas e com isso se libertaram de alguns padrões existentes buscando novos valores.
Fora da Itália muitos nomes surgiam como o belga Van Eyck, c.1390 -1441, Bruges, tido como o primeiro a desenvolver a pintura a óleo, criando obras extremamente detalhadas e com enquadramentos ousados.
Os alemães Albrecht Dürer (1471-1528) e Hans Holbein (1497 ou 1498-1543), e El Greco (1541-1614) grego que serviu à corte espanhola no Renascimento tardio. Além de Hieronymus Bosch c. 1450 -1516 e Pieter Bruegel, o Velho c.1525-1530-1569, holandês, ambos representantes do renascimento nórdico.
O Jardim das Delícias Terrenas
O Jardim das Delícias Terrenas foi pintado por Hieronymus Bosch na data de 1510 – 1515 em estilo renascimento nórdico
Faz parte da série O Jardim das Delícias Terrenas, no gênero pintura religiosa, em óleo sobre painel.
Encontra-se no Museu do Prado.
Dimensões: 220 x 389 cm.
Jogos de Criança
Jogos de Criança pintado por Pieter Bruegel, o Velho em 1560 no estilo renascimento nórdico no Período de Antuérpia (1554-1562).
Pertence a série O mundo virou de cabeça para baixo.
Género: pintura de gênero
Foi pintada em óleo sobre painel e encontra-se no Museu de História da Arte em Viena.
Dimensões: 118 x 161 cm.