A Arte Bizantina foi realizada do século V ao séc. XV, tendo seu início e desenvolvimento com o Imperador Constantino que descriminalizou a fé cristã. Por motivos políticos internos e ataques dos Bárbaros precisou mudar a capital do império para Bizâncio, futura Constantinopla.
Essa localização permitiu que influências de Roma, da Grécia e do Oriente inspirasse esse movimento artístico, como a presença de cores fortes e as cúpulas em arcos.
A arte Bizantina era essencialmente religiosa e comandada por um clero fortalecido que criara cânones rígidos que deveriam ser seguido pelos executores, não dando muita margem para a criatividade artística.
O mosaico foi a forma de manifestação mais desenvolvida desse período, seguido da arquitetura.
No mosaico temas religiosos e passagens bíblicas eram retratados e eram usados para a decoração das igrejas inclusive para educar e orientar o povo na fé cristã. Como esse foi um período de regime teocrático os imperadores eram considerados o representante de Deus na terra, sendo reproduzidos com aureola e muitas vezes em passagens bíblicas com outros santos.
Duas características chamam atenção nos mosaicos desse período que são as colorido das pedras e o uso de muito dourado, que simbolizava a riqueza e prosperidade do império.
Mosaico Bizantino
Mosaico bizantino em Santa Sofia, representando Maria e Jesus entre o imperador João II Comneno e a imperatriz Irene.
Imperador Justiniano
Mosaico da Igreja de São Vital, em Ravena, retratando o Imperador Justiniano
e sua Corte composta por funcionários, generais, eclesiástico e guarda-costas
Como exemplo de inovação na arquitetura temos a criação de um transepto nas igrejas que fez com que a construção passasse a ter a forma de uma cruz grega. E também o desenvolvimento da base circular, octogonal ou quadrada com cúpula central e absides laterais que permitiam imensas cúpulas sustentadas por colunas fazendo com que a construção ficasse grande, alta e espaçosa para a circulação e admiração dos fiéis. As cúpulas remetiam ao céu e ao firmamento enquanto os espaços decorados com as passagens bíblicas criavam uma ligação entre o homem e o divino.
Foi no reinado do imperador Justiniano, por volta do século VI que a arte bizantina teve seu apogeu, pois além da reconciliação com persas, retomou territórios no Norte da África, Itália e Espanha, reconstituindo o antigo Império Romano do Ocidente.
Na arquitetura houve grande desenvolvimento e muitas igrejas foram construídas, tendo a Basílica de Santa Sofia, em Istambul, com uma cúpula de 31 m de diâmetro e 51 de altura, além de pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e chão de mármore polido, como uma das mais importantes construções do Império Bizantino.
Mas durante os séculos VIII e IV, por conflitos políticos, filosóficos e religiosos, houve por parte de clérigos da Igreja Cristã a proibição de se cultuar e produzir imagens que dessem a forma humana a Jesus e aos santos, ou seja qualquer imagem religiosa, pregando que somente o cruxifixo pudesse ser venerado. Com isso muita arte Bizantina foi destruída ou retirada das igrejas. A esse conflito foi dado o nome de iconoclastia Bizantina.
A crise iconoclasta só chegou ao fim em após o Concílio de Niceia, em 787, quando a igreja aprovou o culto de ícones religiosos.
A arte Bizantina não se limitou ao Império Bizantino e se desenvolveu na maior parte da Europa e no norte da Rússia.
O Império Bizantino, que durou do ano de 395 ao ano de 1.453 foi dos mais extensos da história da humanidade e com seu fim, finda também o período medieval e dá inicio a idade moderna.
Culturalmente algumas características ajudaram no sucesso dessa longevidade como a descriminalização do cristianismo, a convergência dos poderes político e espiritual na figura do imperador, a substituição do latim pelo grego e posteriormente, a partir do ano de 1054, a separação do cristianismo Bizantino (Igreja Ortodoxa) da Igreja Católica denominado Cisma do Oriente, além da extinção do paganismo.
Afresco Bizantino
Afresco bizantino representando a comunhão dos apóstolos, Igreja de Podithou.
Ícone da Virgem
Ícone da Virgem, século XII.